OS CAP-4 "PAULISTINHA" - VOAM ATÉ HOJE
Fonte: EMBRAER |
A Companhia Aeronáutica Paulista (CAP) foi criada em 1942, no distrito
de Utinga, em Santo André, município da Grande São Paulo. A iniciativa foi de
Francisco Matarazzo Pignatari (1917-1977), apelidado de “Baby” Pignatari por
ser neto do Conde Matarazzo. O empreendedor criou um conglomerado empresarial
que integrava dezenas de indústrias – de fábricas de artigos como purpurina e
botões até empreendimentos de grande porte, como a Laminação Nacional de
Metais, a Companhia Brasileira de Zinco e a Indústria Brasileira de Máquinas e
Alumínios Brasil. Em todo o Grupo trabalhavam cerca de cinco mil operários.
O envolvimento de Pignatari com a aviação surgiu de uma convergência de
vários fatores, a começar por seu próprio interesse pessoal, que o teria levado
a financiar, em 1939, a construção de dois protótipos de aeronaves desenhados
pelo projetista italiano L. Bresciani, o “Petróleo” e o “Café”. Além disso, as
empresas do Grupo já abasteciam o ainda incipiente parque industrial da aviação
brasileira, fornecendo itens como bombas de vácuo, fresas, prensas, plainas de
mesa, tornos de precisão, entre outros.
Pignatari vinha, portanto, acompanhando com interesse as oportunidades
geradas no segmento, sobretudo a partir dos anos de 1930 quando a política
industrializante do presidente Getúlio Vargas deu impulso definitivo ao setor.
Em São Paulo, particularmente, o intenso processo de industrialização tinha na
base a formação de engenheiros e técnicos de várias áreas. Em 1934, quando da
criação da Universidade de São Paulo (USP) e a incorporação da Escola
Politécnica, fundada ainda em 1893, foi organizado o Instituto de Pesquisas
Tecnológicas (IPT), sucessor do Laboratório de Ensaios de Materiais (LEM) da
Politécnica. Nesse momento, professores europeus e norte-americanos foram
convidados a lecionar e a realizar pesquisas no âmbito da universidade,
aproximando o Brasil das tendências tecnológicas de seus países de origem,
incluindo a engenharia aeronáutica. Assim, em 1938, à exemplo dos núcleos de
engenharia aeronáutica de várias universidades alemãs, surgiu a Seção de
Aeronáutica do IPT, que passou a desenvolver estudos sobre madeiras brasileiras
na construção aeronáutica e também a projetar e construir aeronaves de madeira,
em uma oficina no bairro da Luz, na capital paulista.
A partir daí, o IPT realizaria pesquisas e estudos sobre os mais
variados itens e produtos para a aviação, como amortecedores, trens de pouso,
cavernas de madeira laminada para fuselagem, longarinas e nervuras, motores e
materiais plásticos. Também daria apoio à construção de diversos aeroportos nas
regiões Sul, Sudeste e Nordeste. No Rio de Janeiro, por exemplo, foi
responsável por testar os materiais utilizados na construção do aeroporto Santos
Dumont, em 1939. O Instituto ainda implantou uma linha de produção de hélices
de madeira e de contraplacados, produtos que foram utilizados em muitos aviões
fabricados no Brasil na década de 1940.
Foram exportadas aproximadamente 20 unidades para países como Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai, Portugal, Itália e Estados Unidos.
O empreendedor Pignatari e sua obra: "Paulistinha" CAP-4 |
Foram exportadas aproximadamente 20 unidades para países como Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai, Portugal, Itália e Estados Unidos.
É notório que os nome Pignatari é reconhecido e sempre estive presente no cotidiano dos moradores de Utinga, mas esta excelente e curiosa informação sempre foi pouco divulgada entre meus parentes e amigos nestes 45 anos de convívio e residência em Utinga. Muito interessante.
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