Moinho São Jorge

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Jardim de Inverno e Salão de Festas "Palácio de Mármore" - Moinho São Jorge - Santa Teresinha, Utinga, Santo André, SP - Brasil

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

MADE IN UTINGA CITY

OS CAP-4 "PAULISTINHA" - VOAM ATÉ HOJE
Fonte: EMBRAER
A Companhia Aeronáutica Paulista (CAP) foi criada em 1942, no distrito de Utinga, em Santo André, município da Grande São Paulo. A iniciativa foi de Francisco Matarazzo Pignatari (1917-1977), apelidado de “Baby” Pignatari por ser neto do Conde Matarazzo. O empreendedor criou um conglomerado empresarial que integrava dezenas de indústrias – de fábricas de artigos como purpurina e botões até empreendimentos de grande porte, como a Laminação Nacional de Metais, a Companhia Brasileira de Zinco e a Indústria Brasileira de Máquinas e Alumínios Brasil. Em todo o Grupo trabalhavam cerca de cinco mil operários.

O envolvimento de Pignatari com a aviação surgiu de uma convergência de vários fatores, a começar por seu próprio interesse pessoal, que o teria levado a financiar, em 1939, a construção de dois protótipos de aeronaves desenhados pelo projetista italiano L. Bresciani, o “Petróleo” e o “Café”. Além disso, as empresas do Grupo já abasteciam o ainda incipiente parque industrial da aviação brasileira, fornecendo itens como bombas de vácuo, fresas, prensas, plainas de mesa, tornos de precisão, entre outros.

Pignatari vinha, portanto, acompanhando com interesse as oportunidades geradas no segmento, sobretudo a partir dos anos de 1930 quando a política industrializante do presidente Getúlio Vargas deu impulso definitivo ao setor. Em São Paulo, particularmente, o intenso processo de industrialização tinha na base a formação de engenheiros e técnicos de várias áreas. Em 1934, quando da criação da Universidade de São Paulo (USP) e a incorporação da Escola Politécnica, fundada ainda em 1893, foi organizado o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), sucessor do Laboratório de Ensaios de Materiais (LEM) da Politécnica. Nesse momento, professores europeus e norte-americanos foram convidados a lecionar e a realizar pesquisas no âmbito da universidade, aproximando o Brasil das tendências tecnológicas de seus países de origem, incluindo a engenharia aeronáutica. Assim, em 1938, à exemplo dos núcleos de engenharia aeronáutica de várias universidades alemãs, surgiu a Seção de Aeronáutica do IPT, que passou a desenvolver estudos sobre madeiras brasileiras na construção aeronáutica e também a projetar e construir aeronaves de madeira, em uma oficina no bairro da Luz, na capital paulista.

A partir daí, o IPT realizaria pesquisas e estudos sobre os mais variados itens e produtos para a aviação, como amortecedores, trens de pouso, cavernas de madeira laminada para fuselagem, longarinas e nervuras, motores e materiais plásticos. Também daria apoio à construção de diversos aeroportos nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste. No Rio de Janeiro, por exemplo, foi responsável por testar os materiais utilizados na construção do aeroporto Santos Dumont, em 1939. O Instituto ainda implantou uma linha de produção de hélices de madeira e de contraplacados, produtos que foram utilizados em muitos aviões fabricados no Brasil na década de 1940. 

O empreendedor Pignatari e sua obra: "Paulistinha" CAP-4


Foram exportadas aproximadamente 20 unidades para países como Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai, Portugal, Itália e Estados Unidos.

Um comentário:

  1. É notório que os nome Pignatari é reconhecido e sempre estive presente no cotidiano dos moradores de Utinga, mas esta excelente e curiosa informação sempre foi pouco divulgada entre meus parentes e amigos nestes 45 anos de convívio e residência em Utinga. Muito interessante.

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