UM DOMINGO DE OUTONO, EM 1958
Havíamos acabado de almoçar; aquela tradicional macarronada, quando uma voz
metálica, vinda da rua chamou-nos a atenção:
“– Não percam, hoje à noite pelas 19h00, na Praça Nova
Granada em Utinga, o show com a Caravana do ‘Peru que fala’, contando com a
presença de cantores das paradas de sucesso, humoristas e a
encantadora Macaquinha Chita”.
Era um rapaz, beirando seus trinta anos, se tanto, apregoava através de um microfone na mão e volante na outra, trafegando em um surrado jipe equipado com autofalante do tipo corneta, pela Rua Berlim, onde morávamos, sentido Avenida da Paz (hoje ele estaria na contramão).
A voz era conhecida: – É o locutor da Rádio Nacional! Aquele do programa Manuel de Nóbrega – afirmei, sem lembrar seu nome.
De vez em quando, ele parava para conversar com algum garoto morador da redondeza ou alguma moça que o tinha identificado. Muito sorridente e afável. Esbanjava carisma.
Era um rapaz, beirando seus trinta anos, se tanto, apregoava através de um microfone na mão e volante na outra, trafegando em um surrado jipe equipado com autofalante do tipo corneta, pela Rua Berlim, onde morávamos, sentido Avenida da Paz (hoje ele estaria na contramão).
A voz era conhecida: – É o locutor da Rádio Nacional! Aquele do programa Manuel de Nóbrega – afirmei, sem lembrar seu nome.
De vez em quando, ele parava para conversar com algum garoto morador da redondeza ou alguma moça que o tinha identificado. Muito sorridente e afável. Esbanjava carisma.
O palco do show era a carroceria de um caminhão, (que soube recentemente ser de propriedade do saudoso comerciante português Senhor Oliveira, pai do Chico, da Eugênia, do Américo e do Jaime; figuras notórias da Vila Metalúrgica) onde ele ficava
o tempo todo anunciando as atrações: os cantores Noite Ilustrada, Gessy Soares
de Lima e Norma Ardanuy e nos intervalos entre um número e outro, o nome dos patrocinadores: Manoel Kherlakian (proprietário
da calçados Makerli, a maior fabricante de calçados do Brasil - atual Rede de
Lojas Pontal) e do então candidato a deputado, Cunha Bueno.
Havia também um ventríloquo, cujo nome não me
recordo.
Quanto à macaquinha, fez lá suas micagens e como é de praxe,
deixou um “presentinho” no piso do caminhão, para alguém da “Caravana” limpar.
O produtor e apresentador do espetáculo a céu aberto era
nada mais, nada menos do que Silvio Santos, em início de uma vitoriosa
carreira. Algo sussurrou ao ouvido do menino que fui, de que aquele homem seria
uma celebridade. Acabou sendo muito mais do que isso... É simplesmente uma unanimidade nacional. (Em tempo: a Praça Nova Granada é a atual Mário Guindani).
Terminado o espetáculo, Silvio embarcou no banco traseiro de um automóvel preto (talvez alugado) e pude vê-lo através do vidro da janela lateral. No instante em que abriu o vidro em busca de ar, estendi minha mão para o interior do veículo para lhe parabeniza-lo; e ele apertou minha mão com aquele sorriso que se tornou sua marca registrada.
Meus colegas me cutucaram: – Aí, hein? Apertou a mão do Silvio!
Inesquecível aperto de mão... Parecia que eu estava adivinhando o sucesso que estava por vir.
Passados alguns anos, já com programa em duas redes de TV, minha mãe foi sorteada pelo carnê do Baú. Estava muito contente por participar e conhecer o famoso Sílvio Santos. Mas deu azar: Naquela época o Sílvio apresentava-se ao vivo e estava em férias... Justo na vez da minha mãe! Quem apresentou o programa foi o notável locutor Hélio de Araújo (um dos inspiradores do Sílvio) e para completar, minha mãe acabou ganhando um prêmio de consolação: um faqueiro completo acondicionado em estojo de madeira, por sinal de boa qualidade. Assistimos a tudo pela extinta TV Tupi. Minha tia e meu pai estavam na primeira fila da plateia. E eu em casa, lamentando não ter ido ao programa.
Ah...! Acertei também em 1978, quando disse que o Canal 4 (Na época TV Tupi Difusora de São Paulo, em decadência) iria pertencer a Senor Abravanel, ou melhor: Silvio Santos.
Terminado o espetáculo, Silvio embarcou no banco traseiro de um automóvel preto (talvez alugado) e pude vê-lo através do vidro da janela lateral. No instante em que abriu o vidro em busca de ar, estendi minha mão para o interior do veículo para lhe parabeniza-lo; e ele apertou minha mão com aquele sorriso que se tornou sua marca registrada.
Meus colegas me cutucaram: – Aí, hein? Apertou a mão do Silvio!
Inesquecível aperto de mão... Parecia que eu estava adivinhando o sucesso que estava por vir.
Passados alguns anos, já com programa em duas redes de TV, minha mãe foi sorteada pelo carnê do Baú. Estava muito contente por participar e conhecer o famoso Sílvio Santos. Mas deu azar: Naquela época o Sílvio apresentava-se ao vivo e estava em férias... Justo na vez da minha mãe! Quem apresentou o programa foi o notável locutor Hélio de Araújo (um dos inspiradores do Sílvio) e para completar, minha mãe acabou ganhando um prêmio de consolação: um faqueiro completo acondicionado em estojo de madeira, por sinal de boa qualidade. Assistimos a tudo pela extinta TV Tupi. Minha tia e meu pai estavam na primeira fila da plateia. E eu em casa, lamentando não ter ido ao programa.
Ah...! Acertei também em 1978, quando disse que o Canal 4 (Na época TV Tupi Difusora de São Paulo, em decadência) iria pertencer a Senor Abravanel, ou melhor: Silvio Santos.